sábado, 16 de outubro de 2010

Em Direção ao Termo Singular e o seu uso clínico

Segundo Lúcio Packter, os submodos não são fórmulas matemáticas exatas para serem usados com rigidez. Eles são formas sem conteúdo, vazias, cujo preenchimento ocorre após a conclusão dos exames categoriais, portanto são amorfos, como uma modelagem que é possível construir. Recorrendo a imagens mentais, é possível ilustrar o evento clínico com o belo quadro de Delacroix, denominado “Dante nos rios do inferno”, em que o autor da Divina Comédia atravessa um dos círculos tenebrosos do inferno apoiado no braço de Virgílio, considerado o maior poeta romano. A pintura, muito útil aos colegas professores, revela o sentimento de "filia" entre os dois poetas latinos e, principalmente, a acolhida de Virgílio para auxiliar Dante na sua tenebrosa travessia. Assim pode ser a filosofia clínica, um braço amigo que acolhe o partilhante no seu assunto, na sua queixa, na sua caminhada existencial.
Assim, também, podemos pensar os submodos, com a imagem que Michelangelo tinha da escultura. Ao trabalhar o mármore e esculpir figuras clássicas como Davi ou Moisés, o genial florentino afirmava que não criava nada, apenas dava luz ao que existia escondido no mármore bruto. Eis o que são os submodos. O conteúdo, que pode estar agendado na Estrutura de Pensamento de cada pessoa, é por ela revelado para ser utilizado pelo Filósofo Clínico no processo terapêutico. Como Michelangelo recebemos apenas a forma do mármore para moldar o seu conteúdo. (Por Sebastião Soares, Professor Titular de Filosofia Clínica em Belo Horizonte. Leia o texto integral em PÁGINAS.)

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