FILOSOFIA CLÍNICA E MEDICINA: INTERSEÇÕES


Régis Barbier (médico - especialista em Filosofia Clínica - Recife)
Palestra proferida no IV Encontro do Nordeste de Filosofia Clínica - Natal - outubro de 2005
INTRODUÇÃO:
As praticas de saúde são tão antigas quanto a humanidade; fazem parte da própria condição de sobrevivência da espécie, desenvolvendo-se entre as primeiras civilizações do Oriente e do Ocidente. Caracterizam-se pela pratica do cuidar e têm como alicerces concepções evolucionistas e teológicas; foram desde sempre influenciadas pelas doutrinas religiosas e dogmas.
Os sacerdotes e pajés asseguravam atender as necessidades dos indivíduos ansiando por prosperidade material, pela saúde do corpo e boa ventura da alma. Esses desígnios estavam associados à pratica religiosa, num intento que envolvia milagres e encantamentos contra os demônios causadores dos males do corpo e da alma ou espírito. O sacerdote exercia o papel de mediador entre os homens e os deuses, investindo-se dos atributos das divindades, do poder de cura, ou até mesmo de vida ou de morte. A terapia era realizada nos templos, quando o doente se recuperava era resultado de uma operação milagrosa, quando morria assim era o seu destino.
Os que aliviam o sofrimento eram tradicionalmente: [1] os terapeutas (ou médicos); [2] os filósofos e [3] os sacerdotes. Hipocrates, considerado o pai da medicina, era, na Ilha de Kós há 2.500 anos, médico, filosofo e sacerdote do templo de Esculápio, o deus da cura e da medicina. Tratava-se de um círculo terapêutico trino.
O PACIENTE NA ILHA DE KÓS - RELIGIÃO, MEDICINA E FILOSOFIA:
A medicina se reunia à filosofia exortando os pacientes a aceitar e se conformar, buscar uma maneira de conviver, com inúmeras condições patológicas intratáveis, buscando dentro de si mesmo, na esfera de que está ‘no nosso poder’ no linguajar dos estóicos, essa postura de equilíbrio ou eutimia, isto é de serenidade e confiança, de imperturbabilidade apesar das disfunções.
Em alguns aspetos os objetivos da filosofia não se diferenciam claramente das metas de algumas religiões como é o caso do taoísmo e do budismo que são, na sua origem, práticas orientadas em busca da sabedoria e da união mística, ou Iluminação.
É de certa forma também o caso do estoicismo, do epicurismo e até mesmo do ceticismo cujo objetivo é chegar à ataraxia ou eqüipolência – a um estado sereno de ser.
Compravam-se igualmente favores espirituais na esperança de se ver curar pela fé ou pela oferenda; mas havia de certa forma uma triangulação aonde: a arte médica almejava a saúde; o alivio da dor e do sofrimento (dos pacientes e dos familiares); a filosofia em busca de serenidade e a religião aspirando por conformação; aceitação; entrega e boa ventura da alma.


COM O PASSAR DOS SÉCULOS:
O uso da lógica formal, para apoiar a investigação da natureza e dos assuntos atinentes à manutenção do bem estar físico e mental, foi deslocando a parte mais metafísica ou insubstancial do discurso filosófico fora da preocupação médica.
O outro lado, as elites, a intelligentsia das classes sacerdotais foi se aproximando sempre mais do poder político em busca de encontrar abrigo e apoio em defesa das suas instituições e hierarquias.
As classes religiosas inferiores, seus fieis e leigos, se organizaram vagarosamente; os poucos conhecimentos de saúde foram preservados pelo baixo clero, inicialmente desvinculados de interesses políticos e científicos, mas subseqüentemente concentrando todo o poder cultural e literário (na medida da erradicação das escolas de filosofias e bibliotecas).
No período medieval, muitos leigos, sem atividades econômicas e sem opções culturais, voltaram sua vida para a caridade, assistindo aos pobres e enfermos: criam-se inúmeras congregações e ordens religiosas e seculares ou mistas. É o caso dos beneditinos e do mosteiro de Monte Cassino; dos cistercienses; das Filhas da Caridade (1630) conhecidas como as Irmãs de S. Vicente de Paulo; da Ordem Terceira da Penitência; da Ordem Terceira do Carmo, dentre inúmeras outras.
Em Portugal, durante a Idade Média, inúmeros hospitais foram fundados quer pelos monarcas, quer por ordens religiosas. É o caso dos Hospitais de São Nicolau e de Montarroio que serviram de apoio ao ensino de medicina ministrado no Convento de Santa Cruz, ou de Confrarias ou Irmandades, como os Hospitais da Graça, de Nossa Senhora da Vitória, de São Lourenço, de São Marcos, de Santa Maria, de São Gião, de São Cristóvão, e de Santa Luzia.
Convém lembrar que, contrariamente ao que se passou em outros países, a secularização da medicina foi muito tardia no Brasil e Portugal: ocorreu com a proclamação da República, quando o Estado separou-se da Igreja. Foi apenas em 1774, no âmbito da Reforma da Universidade, que o Marquês de Pombal determinou que os Hospitais passassem a ser administrados pela Universidade, conservando os seus nomes, marcando esse momento a data do surgimento dos "Hospitais Universitários".
A “SANTA CASA” MODERNA E A CURA PELA FÉ:
Hoje, o espírito religioso permanece incorporado na atividade médica hospitalar: uma pesquisa de 1996 com 1000 pessoas adultas descobriu que 79% acreditavam que a fé espiritual poderia ajudar as pessoas a se recuperarem de doenças. Essa idéia também é popular entre os médicos.McNichol T. The new faith in medicine. USA Today, April 7, 1996, p 4.
Outra pesquisa feita pela Ouvidoria Geral da SES (Secretaria Estadual de Saúde de SP) em suas visitas a Hospitais e em conversas com usuários e familiares, constatou que a maioria dos pacientes internados nos Hospitais gostaria de receber apoio espiritual, independente do credo. Gostariam de receber em seus leitos alguém que pudesse ler as Sagradas Escrituras, orar ou rezar e oferecer conforto. Essa função tem sido exercida pelo(a) Capelão(ã). (http://www.saude.pb.gov.br/web_data/Ouvidoria/textos.shtml)
No mesmo artigo, o trabalho dos capelães é mencionado como bem recebido e incentivado por muitos médicos. Hoje a tendência é ver o(a) capelão(ã) como parte ativa da equipe. “A religiosidade promove a saúde” diz Francisco Lutufo, professor do departamento de psiquiatria da Universidade de São Paulo. “O contato com o/a capelão (ã) ajuda a aliviar o stress causado pela doença e aumentar a sensação de bem-estar. A aproximação da medicina com a religião não significa a prevalência da fé sobre a razão. Mas a religião/fé, dá sentido a vida, à doença e à morte. Afinal, o homem não é apenas um amontoado de órgãos e tecidos”.
Diversos fatores como a não oposição do clero á doação de órgãos, a maior escuta dos pacientes, a busca de humanizar a medicina e os resultados – embora controverso – dessas pesquisas correlacionando a melhor clínica à pratica de alguma forma de meditação ou culto vem estimulando a volta dos capelães aos hospitais, embora o fenômeno tem sido descrito como “ainda tímido” no Brasil se comparado ao que ocorre em países como Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha etc.
Ainda que alguns estudos tenham encontrado associações entre variados estilos e graus de praticas religiosas e estado de saúde, principalmente nas fases agudas, nenhum estudo bem planejado demonstrou que crenças religiosas ou orações realmente tragam benefícios à saúde. Sloan RP, Bagiella E, Powell T. Religion, spirituality and medicine. Lancet 353:664-667, 1999. The full text of this article can be accessed online by registering at the Lancet Web site and going to the contents page of the Feb 20th issue.
Na verdade, um estudo encontrou o oposto. O estudo envolveu pacientes cujos progressos foram acompanhados por nove meses após terem recebido alta de um hospital inglês; portanto na fase de convalescença. Eles avaliaram os registro dos pacientes de ambulatório e as respostas de 189 pacientes a questionários. Os pesquisadores concluíram que o estado de saúde dos pacientes com crenças espirituais mais fortes teve uma probabilidade superior a duas vezes de ficar inalterado ou pior. King M, Speck P, Thomas A. The effect of spiritual beliefs on outcome from illness.Social Science & Medicine 48:1291-1299, 1999. É possível que a confiança de que “a fé irá solucionar” ser um dos possíveis fatores do abandono dos cuidados médicos.
Parece que a idéia de que a religiosidade promove a saúde é um ‘pacote semântico’; algo que pode ser esclarecido pela melhor investigação e compreensão de alguns fatores tais como:
1- Do efeito Placebo e Nocebo
2- Do efeito da expectativa do paciente nos seus comportamentos e respostas neuro-endócrinas.
3- Do efeito hormonal do relaxamento.
4- Do efeito neuroquímico da respiração tranqüila.
5- Pelo estudo e controle dos estímulos incidentes no contexto médico hospitalar e pelo desenvolvimento de um contexto hospitalar pro-saúde.
Sabe-se que sensações de astenia, falta de força e coragem, podem ser facilmente induzidas (efeito Nocebo) apenas por uma expressão de desalento, de descrédito ou de duvida em 41% dos testados e que dores de cabeças e reumáticas podem melhorar com estímulos semânticos positivos em até 61 a 49% respectivamente (Temas de Psicologia em Saúde, Luiz Geraldo Benetton).


O SURGIMENTO DA PSIQUIATRIA E PSICOLOGIA:
No final do século XIX, Jean Martin Charcot (1825-1893), um eminente neurologista francês que empregava a hipnose para estudar a histeria, demonstrou que idéias mórbidas podiam produzir manifestações físicas. Seu aluno, o psicólogo Pierre Janet (1859-1947), considerou como prioritárias, para o desencadeamento do quadro histérico, muito mais as causas psicológicas do que as físicas. Joseph Breuer, médico vienense, também adotava o procedimento da hipnose, não apenas para suprimir sintomas, mas também para descobrir as causas profundas do sofrimento de seus pacientes. Durante seus estudos com Charcot (Salpetrière - 1885), Freud praticou e observou o emprego da hipnose. Em seguida, tornou-se colaborador de Joseph Breuer.
Antes desses estudos de Charcot e dos estudos da Salpetrière não havia uma ciência da psicologia propriamente dito, mas sim um compósito de filosofia e de fisiologia. É o estudo da histeria e da hipnose que permite o reconhecimento de que um nível mental próprio do individuo determina manifestações psicopatológicas: surge a psicologia como (1) estudo dos fenômenos intra-psíquicos no pleno (2) reconhecimento da importância da experiência da pessoa na geração dos estados de Ser.
Pierre Janet define o que ele chama de núcleos de personalidades e percebe plenamente a importância dos sentimentos no “equilíbrio psico-emocional”; Freud cria a psicanálise influenciando Adler (psicologia dos complexos e compensações) e Jung (o conceito de inconsciente coletivo e dos arquétipos) abrindo espaço para os desdobramentos da psicologia moderna.


O RENASCIMENTO FILOSÓFICO:
Nas curvas da história surge a modernidade trazendo, anunciada pela psicologia, a filosofia de volta no círculo da arte terapêutica. O movimento começa pela definição mais clara de uma nova especialidade, a psiquiatria, e principalmente pelo primeiro intento de se aplicar sistematicamente a filosofia à psiquiatria através dos trabalhos de Karl Jaspers – 1911. Fenomenologia (Husserl); a Hermenêutica (Heidegger); o Existencialismo (Sartre) adentram as cogitações terapêuticas através da “Analítica existencial e psiquiatria” de Ludwig Binswanger.
Outras formas de terapias mais intuitivas como a psicologia humanista de Maslow, a terapia Jungiana, e recentemente a psicologia Transpessoal, reforçam as conexões da arte terapêutica com a mística e religiosidade, reafirmando o ressurgimento da triangulação original tradicionalmente constituída: [1] dos terapeutas (ou médicos); [2] dos filósofos e [3] dos sacerdotes (como na ilha de Kós onde Hipocrates, era médico, filosofo e sacerdote do templo de Esculápio, o deus da cura e da medicina.
A globalização e enriquecimento do saber; associado ao recuo do dogmatismo, por sua vez compensado pelo (re)surgimento das religiosidades eco-humanistas (neo-paganismo, xamanismo, panenteísmo e panteísmo) permite o ressurgimento dos espaços filosóficos públicos - na mídia, nas praças, nos salões e cafés – sustentando uma re-introdução geral da filosofia (nas escolas e nos hospitais).
De certa forma dois discursos filosóficos perenes, atribuídos de uma ou de outra configuração, subjazem a esse movimento, a esse renascimento filosófico.
De um lado, um discurso humanista, essencialmente aristotélico, que é o discurso da consciência humanista; vindo do saber sobre a “psyché”; da idéia da alma una, voluntária e soberana; da necessidade existencial de forjar um sentido individual; o destaque da singularidade e dos potenciais dos indivíduos numa descrição fenomenológica impar, e do outro lado, uma perspectiva de conjunto onde o indivíduo é entendido como um dos elementos de uma massa alienada; onde todos são condicionados a submeter a consciência própria ou a autonomia, ato que permitiria receber conhecimento: quem conhece é o que detém o saber, não é o sujeito sendo pesquisado ou atendido. Esse saber, por sua vez, é legitimado ora porque é científico, ora porque é divino.
A NOVA INTERSEÇÃO MÉDICA-FILOSÓFICA: UMA INTERSEÇÃO INTERFÁSICA
Entendemos como está se processando, historicamente, a interseção da filosofia com a psiquiatria (como especialidade médica) e a psicologia, mas ainda precisamos antever os relacionamentos potenciais entre a atividade medica propriamente dita (essencialmente dedicada aos cuidados do corpo) e a filosófica terapêutica.
É natural e típico da filosofia clínica, é o seu modelo patognomônico, se confrontar com um partilhante atuando como sujeito ativo, sendo ouvido, compreendido e envolvido num diálogo nutridor com o filosofo: a escuta típica é a do sujeito, da pessoa, sendo o corpo silencioso, não gerando sintomas ou sinais clínicos patológicos acentuados. A lucidez do sujeito é plena, ele esta metaforicamente no seu solstício de verão: o dia é longo e a noite é curta.
É por sua vez natural da medicina deparar-se com um corpo objetivado, passivo, sendo cuidado, alimentado, medicado, operado, monitorizado e respirado como categoricamente acontece na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) onde o sujeito (o agente ou fonte de atividade) é muitas vezes ausente; uma ausência induzida e mantida (o estado de coma induzido). Aqui, neste momento, a lucidez do sujeito é mínima, ele esta metaforicamente no seu solstício de inverno: a noite é longa e o dia é curto.
Assim sendo, a interseção entre a filosofia e a medicina tende a ser, e essencialmente é uma “interseção interfásica” ou na nossa metáfora “equinocial”.
É precisamente nas fases onde o paciente se recupera de ocorrências médicas graves e significativas, ou então quando saindo de um internamento hospitalar, com intervenções cirúrgicas e resultantes seqüelas ou perda de funções, que a sua percepção de si mesmo e do mundo (como agente atuando no mundo), a sua estrutura de pensamento por inteira, propende a se reformular necessitando ser revistada e ponderada.
Essa mesma necessidade ocorre na passagem das fases da vida, entre a infância e a fase adulta: na adolescência; assim como na entrada da terceira idade.
A necessidade e indicação de filosofia clínica na prática médica
Asssunto
Lugar
1- Nas fases de transições (adolescência e terceira idade).
Pediatras e Geriatras
2- Na recuperação pós-traumática.
Ortopedia e Traumatologia
3- Na reabilitação dos enfermos.
Hospitais de Reabilitação e dept. de Fisiatria e cursos de Fisoterapia, Terapia Ocupacional (TO)
4- No pós-choque.
Médicos Intensivistas (UTI); Urgentistas
5- Nos pacientes com seqüelas.
Especialidades Médicas (Oftalmologia; Neurologia)
6- Nos politraumatizados.
Traumatologia
7- Nos pacientes com perdas funcionais.
Reabilitação e Sociedades de Fisiatria.
A EUTIMIA TERAPÊUTICA E A FILOSOFIA CLÍNICA:
A eutimia é a postura filosófica (de natureza somatocognitiva) fundamental e apta a favorecer a instalação e manutenção da melhor homeóstase possível do paciente em busca de cura e saúde: um estado potencialmente mais eficiente do que as circunstancias induzidos pelas praticas religiosas sendo divulgadas como aptas a diminuir as intercorrências hospitalares.
O estresse causa aquilo que se conhece como reação de combate ou fuga; essa resposta nas condições sociais típicas é evocada diversas vezes por dia, o que faz com o que corpo produza hormônios relacionados a essa estricção, como a adrenalina e o cortisol. Esses hormônios geram elevação da pressão sangüínea, depressão do sistema imunológico e, com o tempo, disfunções diversas.
Com o paciente mergulhado no âmbito hospitalar, de uma forma ou de outra traumatizado, tanto na esfera cognitiva quanto somática, a reação de estresse se intensifica e perdura pondo em risco a sua homeóstase, majorando graves dificuldades ao quadro clínico imediato.
O relaxamento psicofísico pode minimizar essa resposta, diminuindo os efeitos nocivos dos hormônios do estresse e ajudar a melhorar a saúde: existe um grande volume de evidências científicas apoiando essa alegação.
A Filosofia Clinica ainda não prevê uma prática breve, eminentemente filosófica, destinada à instalação rápida de um estado eutímico potencialmente indutor de homeóstase e por isso não oferece, nesses termos, alternativa ou interação sinérgica com as práticas espiritualistas.


OS FATORES DE SUCESSO EM PROL DE UMA INTERSEÇÃO MÉDICA E FILOSÓFICA PRÁTICA E ATUANTE:
Os co-fatores de sucesso:
Os co-fatores de sucesso necessitam ser apoiados e ampliados para garantir mais filosofia aonde seja necessário no seio da sociedade como nas escolas, nos hospitais, consultórios; etc. Esses fatores são:
· O surgimento dos movimentos eco-humanista (o retrocesso dos dogmas);
· O retorno da filosofia no meio social (nas praças, salões e cafés, escolas e consultórios).
Fatores específicos de sucesso da interseção medicina/filosofia:
· Estudar a eutimia (virtude filosófica) e os seus métodos de instalação do ponto de vista da manutenção e preservação de saúde nas fases mais intensa de estresse;
· Criar e divulgar uma pratica filosófica eutímica como via prescritível;
· Promover essa interseção interfásica ou equinocial junto às sociedades citadas;
· Elaborar uma disciplina de Filosofia Clinica para ser incluída como matéria eletiva nos cursos relacionados á área três: medicina, psicologia, fisioterapia, terapia ocupacional, enfermagem (os que cuidam dos enfermos poderão ser capacitados para cuidar filosoficamente).